Covid-19 no Brasil
Coronavírus terá
efeito temporário na economia, diz presidente do BB
Economistas estimam
impacto de 0,5% no crescimento do PIB
Publicado em
06/03/2020 - 16:53 Por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
O presidente do
Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, disse hoje (6) que a epidemia do Covid-19,
o novo coronavírus, terá reflexos na economia brasileira, mas que o efeito será
passageiro. Ele destacou que economistas do Banco Central e da equipe econômica
do governo têm avaliado que o surto pode ter um impacto no crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) da
ordem de 0,5%.
Segundo o
presidente do BB, a epidemia, que afeta diversos países, entre os quais China,
Coreia do Sul, Itália, Estados Unidos e Brasil, é séria e vai paralisar algumas
atividades, o que vai gerar problemas para determinados setores. “Mas isso é um
fenômeno temporário, vai demorar três meses, quatro meses. Depois, a vida
continua normalmente”, disse Novaes, em palestra na Associação Comercial do Rio
de Janeiro. Para ele, está havendo "um certo excesso de pânico" em
relação ao coronavírus.
Rubem Novaes
comentou o resultado do PIB, que fechou o ano passado com crescimento de 1,1% frente
a 2018. O resultado foi alcançado após a variação do quarto trimestre de 2019,
que teve alta de 0,5% na comparação com o período anterior. Na comparação com o
mesmo trimestre de 2018 houve elevação de 1,7%.Os números foram divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (4).
“As estatísticas
mostram que o que puxou o PIB para baixo foi o setor de governo. As despesas de
governo é que, caindo, puxam o PIB para baixo. Isso mostra que o governo está
se ajustando. Uma contração das despesas públicas é algo necessário. O setor
privado, a parte mais saudável da economia, mais eficiente, está crescendo
acima de 2%”, afirmou o presidente do BB.
Renegociação de dívidas
O Banco do Brasil e
a Associação Comercial do Rio de Janeiro assinaram nesta sexta-feira acordo de
cooperação técnica para o lançamento da campanha Vem que Dá, voltada para a
negociação de dívidas das micro, pequenas e médias empresas sediadas no estado
do Rio. A ação conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae Rio) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ).
Durante o período
da campanha, que começa segunda-feira (9) e vai até o dia 27 deste mês, o banco
vai oferecer propostas pré-aprovadas, com descontos de até 92% para liquidação
à vista, de acordo com as condições do cliente e das operações de crédito.
Também haverá a possibilidade de pagamento a prazo em 36 prestações mensais
fixas.
Ao todo, 21 mil
clientes pessoa jurídica do Banco do Brasil no estado fluminense que têm dívida
com a instituição financeira estão aptos a participar das renegociações.
Para divulgar a
possibilidade de renegociação das dívidas, serão feitas palestras entre 9 e 17
deste mês, no Rio de Janeiro, em Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Duque
de Caxias, Niterói, Volta Redonda, Três Rios, Itaperuna e Campos. No dia
seguinte aos encontros, os empresários terão atendimento personalizado e
agendado na entidade onde foi realizada a palestra.
O Banco do Brasil
também anunciou a negociação de débitos existentes na linha de crédito BNDES
PER, programa emergencial de reconstrução de municípios afetados por desastres
naturais. Os empresários com débitos existentes nessa linha de crédito também
poderão repactuar suas operações por até 120 meses.
Para a presidente
da Associação Comercial, Angela Costa, a parceria vai estimular a economia
fluminense, possibilitando investimentos para gerar emprego e renda. “Essa
campanha é muito importante, porque as empresas que têm pendências ficam sem
acesso a novos créditos. O acordo vai permitir a renegociação em condições
atrativas, incluindo as dívidas já ajuizadas.”
Edição: Nádia Franco
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