Pierre Verger e sua visao dos povos
Viagens
do fotógrafo Pierre Verger ganham exposição em São Paulo
- 05/10/2015 06h40
- São Paulo
Elaine
Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Foto da
Exposição Pierre VergerFundação Pierre Verger
As viagens do fotógrafo, etnólogo, antropólogo e
pesquisador francês Pierre Verger (1902-1996) são o tema de uma exposição aberta
no Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Com o nome As
Aventuras de Pierre Verger, a mostra fica em cartaz até 30 de dezembro e
pretende, sobretudo, atrair as crianças.
A curadoria e coordenação é de Alex Baradel,
responsável pelo acervo da Fundação Pierre Verger. “Pensamos em mostrar um
pouco o itinerário de Verger até ele chegar no Brasil, depois de várias viagens
que fez, focando um pouco nos assuntos que interessam também ao público
infantil”, disse o curador.
“As crianças se identificam muito nas fotografias
de Pierre Verger, embora sejam em preto e branco e antigas. Mas ele era
precursor porque sempre desejou conhecer outros mundos, viajar e descobrir
outras culturas. E esse é um assunto que sempre interessa aos mais jovens – o
de ver outros horizontes. Pegamos viagens atraentes para as crianças, por
exemplo uma viagem que ele fez à Polinésia onde, durante quatro meses, morou em
uma ilha sem nada, assim como Robinson Crusoe [personagem náufrago de um
romance inglês]. E é o sonho de muitas crianças viver em uma ilha”, disse
Baradel.
Na exposição, as fotografias de Verger dialogam com
outros documentos, entre eles uma obra do pintor Paul Gaughin e uma revista das
Aventuras de Tintin [história em quadrinhos criada em 1929]. São cerca de 270
fotografias - 50 delas em vídeo - registradas pelo fotógrafo em suas viagens,
agrupadas em nove módulos que ajudam a contar as viagens de Verger: Paris,
Viagens, Polinésia, Saara, China, Peru, África, Projeto e Educativo. Há também
11 ilustrações do artista visual baiano Bruno Marcello (Bua) que retratam
Verger em diversos episódios e contextos.
Verger
saiu da França com 30 anos, após a morte de sua mãe. Passou então muitos anos
viajando pelo mundo até que, em 1946, chegou a Salvador. “Quando chegou à
Bahia, ele se apaixonou pela cidade, se interessou muito pela cultura
afro-brasileira e passou a viver em Salvador, até a morte”, contou o curador.
Na Bahia, ele começou a se interessar pela religião de origem africana, que passou
a ser tema de suas pesquisas e fotografias.
Edição: Graça
Adjuto
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