Pelo fim da violencia contra as minorias
Ato em SP
lembra mortos na Boate Pulse e pede criminalização da homofobia
- 28/06/2016 22h23
- São Paulo
Elaine
Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Para lembrar os mortos da Boate
Pulse, em Orlando (EUA) e para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBT,
celebrado hoje (28), manifestantes fizeram um ato nesta noite no vão-livre do
Museu de Arte de São Paulo (Masp). A intenção dos manifestantes era sair em
caminhada pela Avenida Paulista, encerrando o ato na Praça do Ciclista.
Os manifestantes protestaram contra a violência
homofóbica e carregaram bandeiras com as cores do movimento LGBTElaine Patricia
Cruz/Agência Brasil
Com o lema 49 de Orlando, Não
Esqueceremos, os manifestantes seguraram faixas contra a violência homofóbica e
bandeiras com as cores do movimento e do PSTU. No vão-livre do Masp, eles deram
depoimentos sobre a violência homofóbica e vaiaram deputados como Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) e Marcos Feliciano (PSC-SP).
Um dos organizadores do evento,
Carlos Daniel Gomes Toni, representante do setor LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Transexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexo) da Central
Sindical Popular (Conlutas), disse que o evento serviu para relembrar a Revolta
de Stonewall, uma série de protestos ocorridos em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, em 1969, contra a repressão e agressões aos LGBTs.
“Nossa principal pauta é o fim
das mortes das LGBTs. O Brasil é o campeão de mortes. Sabemos que as mortes
aqui no Brasil acontecem com requintes de crueldade. Temos mortes com
esfaqueamentos nas faces das pessoas, mortes com empalamento com cabos de
vassouras, mortes depois de estupros, mortes por atropelamentos de travestis
que se prostituem ou estão em situação de rua. O mínimo que tem que acontecer
no Brasil é a criminalização da LGBTfobia”, disse.
Segundo Toni, 350 LGBTs morreram
no ano passado em todo o país. “São dados invisíveis porque muitos não são
noticiados. Recolhemos isso por meio de dados em jornais”, disse.
Agressões
Presente ao ato, o estudante Luiz
Tombini, 21 anos, disse já ter sofrido agressões passeando com o namorado pela
mesma Avenida Paulista onde hoje ocorre o evento. “Um dos exemplos que
aconteceu comigo é que eu estava de mão dada com meu namorado, passeando pela
rua, pela Avenida Paulista e a gente recebeu diversos xingamentos e ameaças de
agressões. Essa é uma situação cotidiana”, disse. “O sentimento é de
impotência, de não poder fazer nada inclusive porque o governo brasileiro não dá
condições para que possamos recorrer a alguma medida que criminalize a
LGBTfobia. O sentimento é de impotência, medo, de não poder se expressar
livremente por meio de seu corpo e de sua sexualidade, de tristeza, de
isolamento da sociedade”.
Tombini disse que é importante
debater a questão da violência contra os LGBTs. “Não é possível contar o quanto
vivemos de violência porque existe violência a todo o momento. Desde quando
ouvimos uma piada, já estamos sofrendo uma violência”, disse.
Edição: Fábio
Massalli
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