Ocorre essas emoções...

O poder da chama Olímpica

Leia o relato emocionante de Apolinário da Cunha, que carregou a Tocha em Piripiri (PI)

Encoberto pela câmera, Apolinário (à direita) faz sua Tocha dar um "beijo Olímpico", segundo suas próprias palavras, na Tocha de outra condutora (Foto: Arquivo pessoal)

As notícias da série "Educadores de Ouro" no site do Transforma Rio 2016 são quase sempre feitas a partir de entrevistas com professores, coordenadores e diretores, e narradas na terceira pessoa, de forma impessoal. Mas há ocasiões especiais em que simplesmente relatar "de fora" não é suficiente. Esta é uma delas. Por isso, a tribuna é aberta para as palavras de Apolinário da Cunha, educador e condutor da Tocha Olímpica em Piripiri (PI) que escreveu para a equipe Transforma sobre os sentimentos de participar, na última sexta-feira, 10 de junho, do revezamento oficial que culmina na abertura dos Jogos Rio 2016.

Ainda estou em estado de choque imaginando aquele momento magnífico ocorrido em nossa cidade, Piripiri (PI), que eu particularmente considero as "Nossas Olimpíadas". De repente, não somente assisti, o que já seria muita honra, mas participei literalmente de tudo o que aprendi nos livros e nas Universidades. Não sei se você sabe do que estou falando!

Por um instante, fechei meus olhos de filósofo e vi/senti a Grécia Antiga diante/dentro de mim, me consumindo, e, quando abri os olhos, agora de profissional de Educação Física, vi/toquei a CHAMA OLÍMPICA, sobre que tanto li e ouvi falar na Universidade.

 Agora, tudo está misturado dentro de mim. Privilégio indescritível, ser dois em um neste momento: educador físico e filósofo.

Você não tem ideia do significado desse dia, que, tomara, não acabe hoje. De ver, tocar, beijar e sentir a TOCHA OLÍMPICA. Ora como educador físico, ora como filósofo. O fato é que vocês despertaram minhas duas paixões em uma "tochada" só. Eu, que imaginava impossível isso acontecer, sou surpreendido de repente com tamanha honra.

Por favor, retransmitam a todos os responsáveis por este espetáculo indescritível a minha sincera gratidão por esta surpresa filosófica/Olímpica que vivi na data de hoje. Feliz o momento em que atendi o telefone e meio desconfiado, temendo não ser verdade, resolvi como filósofo fazer a escolha sem pensar muito nas consequências. Acertei e as consequeuências não poderiam ser melhores.

E digo mais: a TOCHA ainda acendeu, ou melhor, reacendeu em mim um projeto de que eu imaginava que tinha desistido: ESCREVER UM LIVRO, embora não tenha ainda a menor ideia de como publicá-lo. Realmente me TRANSFORMEI, ou melhor, RETRANSFORMEI-ME graças à oportunidade que tive, mesmo morando em um local tão historicamente esquecido como o Piauí. E, então, de repente, a TOCHA vem até mim de forma incrivelmente inesperada, "queimar" aquela sensação ruim de, embora esteja fazendo, com muitos esforços, as coisas certas, esforços mesmo!, as oportunidades demoravam a chegar. Embora soubesse que elas viriam e, lá dentro de mim, uma voz me dizia que viriam pela educação.

Minha missão enquanto filósofo e professor ganhou gás novo e, então, silenciosamente, senti a TOCHA acender um fogo novo nos meus projetos pessoais e profissionais. Estou focado também na possibilidade de fazer um mestrado e, agora, aproveitando a força invisível da CHAMA OLÍMPICA para ampliar as possibilidades de sonhar e repassar tudo isso aos meus alunos - como já fiz hoje, quando, vestindo a camisa com que corri com a TOCHA OLÍMPICA, ministrei minhas aulas pela manhã. Foi incrivelmente bom!

Diga a quem me indicou que estou mandando um beijo, o mesmo que dei na TOCHA quando infelizmente tive que me despedir dela, da mesma maneira que "minha" TOCHA beijou a TOCHA da minha companheira revezadora. Assim, deixo minhas saudaçoes olímpicas e meu eterno obrigado.

Se precisarem de mim nas Olimpíadas Rio 2016 como educador físico, massagista, filósofo ou religioso (diácono), estou à vossa inteira disposição.

Grande beijo olímpico a todos vocês que fazem esta brilhante equipe profissional

Fraternalmente,
Apolinário da Cunha
Revezador Olímpico