Impeachment no Brasil
Detidos em protesto contra impeachment são levados à audiência de
custódia em SP
- 30/08/2016
14h56
- Brasília
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil
Três
militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) detidos na capital
paulista na manhã de hoje (30) foram encaminhados para audiência de custódia,
depois de ações contra o impeachment da presidenta Dilma
Rousseff e o governo interino.
Dois
homens e uma mulher foram detidos após participar de um ato que ateou fogo a
pneus para interromper o tráfego na Marginal Pinheiros, zona sul. Eles foram
encaminhados ao 11º Distrito Policial, em Santo Amaro, onde foram autuados por
dano, desobediência e resistência. Agora, eles serão ouvidos por um juiz que
decidirá se mantém as prisões ou libera os três.
Até
o momento dos militantes deixarem a delegacia, rumo ao Fórum Criminal da Barra
Funda, um grupo do MTST protestou em frente ao distrito, contra as prisões.
Policiais militares e do Grupo de Operações Especias da Polícia Civil, armados
com escudos, cassetetes e armas de bala de borracha, montaram um cordão de
isolamento para impedir aproximação do grupo do prédio do distrito policial.
Segundo
o coordenador do movimento, Michel Navarro, toda a ação foi dentro da lei. “A
gente tinha feito um acordo com a Polícia Militar de que a via seria liberada
em 20 minutos. Antes de 20 minutos, liberamos a via. Uma quantidade de
companheiros já tinha entrado no trem”, disse. Outro homem foi detido na Praça
Campo de Bagatelle, nas proximidades da Marginal Tietê.
Mobilização
A
manifestação foi parte da série de mobilizações realizadas na manhã de hoje, na
capital paulista, contra o governo interino de Michel Temer e as ameaças de
retrocessos em políticas sociais, em especial de moradia. Além das marginais
Tietê e Pinheiros, o MTST fez protestos na Ponte Eusébio Matoso, na Avenida
Jacú Pêssego, a Radial Leste e na Rodovia Regis Bittencourt. O movimento também
faz ações em Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE).
“Eles
podem esperar do povo organizado muita resistência, muita luta. Não vamos
deixar esse governo ilegítimo governar em paz”, afirmou Navarro sobre a
disposição do MTST em enfrentar retrocessos em direitos sociais. Ele defendeu
que a crise seja enfrentada com o repasse dos custos para o “andar de cima”, a
parcela mais rica da população, com a taxação de grandes fortunas e reforma
tributária.
Edição: Maria
Claudia
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