Mentiroso
Temer afirma que protestos contra
impeachment são "pequenos e depredadores"
- 03/09/2016
17h04
- Brasília
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
O
presidente Michel Temer classificou hoje (3) de "pequenos e
depredadores" os protestos que ocorreram nos últimos dias contra o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff em algumas cidades brasileiras. De acordo com
ele, as manifestações são reações naturais diante do momento
"politicamente complicado", mas não comprometem o início do governo
porque são promovidas por "40 pessoas que quebram carro".
Temer
está desde ontem na China, onde presenciou encontro com investidores
estrangeiros e vai participar da Cúpula de Líderes do G-20 (grupo das 20
maiores economias do planeta). Neste sábado, ele se encontrou com o
diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevêdo.
"É
natural que alguns grupos se reúnam para protestar. Agora, foram grupos
pequenos e depredadores. Não foi uma manifestação democrática. Uma manifestação
democrática é aquela que eventualmente pode sair às ruas e pregar uma
ideia", disse.
Protestos contra o governo
Ao
ser perguntado se considera que os protestos podem comprometer o início do seu
governo, ele respondeu: "As 40 pessoas que quebram carro? Tem que
perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso
Nacional".
Na
avaliação do presidente, depredações não estão previstas na "ordem
normativa". Ele disse ser natural a ocorrência de manifestações. "Até
me surpreenderia se houvesse unanimidade, e a unanimidade não é inteligente. Eu
gostaria que você me fizesse essa pergunta [sobre a popularidade] daqui a dois
anos. Muitas vezes há também um desconhecimento", disse.
"Não
há uma norma legal que autorize a depredação. O que está acontecendo lá são
movimentos depredatórios", afirmou, complementando que, apesar dos apelos
que tem feito nos últimos meses por um governo de união nacional,
"pacificar logo no primeiro dia é absolutamente impossível".
Temer
também concedeu entrevista a jornalistas chineses na cidade de Hangzhou, onde
participará nos próximos dias da 11ª Cúpula do G20. Ontem, ele teve um encontro
bilateral com o presidente da China, Xi Jinping.
Desde
a última quarta-feira (31), quando os senadores condenaram Dilma por crime de
responsabilidade, Temer foi alvo de protestos em Recife, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro e Salvador. Em São Paulo, manifestantes também têm ido às ruas contra a violência policial após uma estudante
ter sido atingida no olho.
Edição: Kleber Sampaio
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