Investigação da Odebrecht
Entidades
pedem investigação da Odebrecht na República Dominicana
- 02/05/2017 17h54
- Santo Domingo
Da
Agência EFE
O publicitário João Santana, que foi assessor de
Danilo Medina em campanhas eleitorais Reprodução/TV Brasil
Organizações da sociedade civil da República
Dminicana interpuseram hoje (2), perante a Procuradoria-Geral da República, uma
denúncia na qual solicitam uma investigação para determinar se a construtora
brasileira Odebrecht financiou a campanha eleitoral do presidente do país,
Danilo Medina, em 2012.
As entidades, entre elas a Participação Cidadã,
afiliada à organização não governamental (ONG) Transparência Internacional,
também pediram que a empreiteira seja investigada para que se saiba de deu
dinheiro para a modificação da Constituição que, em 2015, permitiu a
reintrodução da reeleição, que Medina conseguiu nas eleições de 2016.
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Segundo as organizações que fizeram a denúncia,
"a dúvida" que as autoridades devem esclarecer é se o Partido da
Liberdade Dominicana (PLD) "recebeu verbas da Odebrecht, por meio das
empresas Polis Caribe e Cine&Art2013, ambas de propriedade do publicitário
João Santana, como afirmam vários altos funcionários em instâncias judiciais do
Brasil".
"Caso se confirme a veracidade das delações
premiadas no Brasil desses funcionários, teria sido violada na República
Dominicana a sua Constituição e também a Convenção Interamericana dos Direitos
Humanos, o Código Penal, a Lei Eleitoral e a Lei de Lavagem de Dinheiro",
afirmaram as entidades no texto da denúncia. De acordo com tais entidades, a
lei eleitoral do país "é clara e reiterativa em tipificar e penalizar o
ilícito do uso de fundos estrangeiros em campanhas internas".
Medina negou, em 8 de março último, ter recebido
dinheiro da Odebrecht para financiar a campanha eleitoral de 2012, que o levou
pela primeira vez à Presidência.
João Santana, principal assessor de Medina, que
dirigiu campanhas presidenciais no Brasil e em outros países da América Latina
e da África, foi condenado em fevereiro a oito anos de prisão por seus vínculos
com a rede de corrupção na Petrobras.
A Odebrecht, que admitiu o pagamento de US$ 92
milhões em propinas para vencer licitações públicas na República Dominicana,
fechou um acordo com a Procuradoria do país caribenho mediante o qual terá que
revelar quem recebeu esses pagamentos irregulares, além de desembolsar US$ 184
milhões nos próximos oito anos em indenizações.
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