Futebol é aqui
Copa começa a encantar os
cariocas no comércio e nas ruas
Publicado
em 08/06/2018 - 06:44
Por Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
A crise econômica e o momento
político complicado do país aos poucos vão dando lugar à euforia nas ruas, com
a aproximação da Copa do Mundo, que começa na próxima quinta-feira (14), com o
jogo Rússia x Arábia Saudita. No Saara, comércio popular no centro do Rio,
decorado com bandeiras do Brasil, para onde se olha, as lojas exibem as cores
verde e amarelo nas vitrines e nos balaios do lado de fora, lembrando - mesmo
aos mais desavisados - a aproximação da competição mais importante do futebol
mundial.
No Saara, comércio popular no centro do Rio, decorado com bandeiras do
Brasil, para onde se olha, as lojas exibem as cores verde e amarelo da camisa
da seleção - Fernando Frazão/Agência Brasil
Embora as vendas ainda estejam
engatinhando, os comerciantes esperam que tudo se acelere nos próximos dias,
assim que a seleção brasileira entrar em campo, podendo melhorar ainda mais, de
acordo com os resultados. Os estoques de cornetas, camisetas, bandeiras de
todos os tamanhos, óculos e demais apetrechos estão abarrotados, na esperança
de uma grande participação do Brasil, que vá até a final, dia 15 de julho, em
Moscou.
“A Copa é boa para levantar o
astral. Se o Brasil ganhar, tudo vai melhorar no país. E o comércio é o
termômetro disso”, declarou o comerciante chinês Chong Long, em um português
quase perfeito. Perguntado para quem ia torcer na Copa, Chong nem pensou: “Sou
100% Brasil”. No país há 25 anos, ele é proprietário de uma loja de artigos
importados diversos, mas que nesta época é praticamente tomada por artigos da
Copa. São desde camisetas amarelas à R$ 15 no varejo e R$ 12 no atacado, até
bandeirões gigantes, a R$ 50. Mas se o dinheiro for curto, dá para comprar uma
cornetinha por R$ 2.
Enquanto Chong trabalha nos
fundos da loja, o vendedor Fábio Gomes fica na frente, para atender os clientes
que entram em busca de algum artigo. Ele reconhece que as vendas ainda estão
devagar, mas espera que melhorem nos próximos dias. Bom entendedor de futebol,
fala com desenvoltura da seleção de Tite e acredita que, desta vez, o time vai
chegar à final.
“As pessoas vão se animando,
conforme o rendimento do Brasil. O comerciante faz um grande investimento em
produtos, mas se o time não ganha, fica tudo encalhado. Estamos aproveitando
para vender muita coisa da Copa passada, que estava guardada no estoque”, disse
Fábio.
Comerciantes no centro da cidade decoram a Rua Buenos Aires e vendem
artigos para torcedores da Copa do Mundo da Rússia 2018. - Fernando
Frazão/Agência Brasil
Em frente à loja, no outro lado
da rua, os amigos Célio Silva e Ely Freitas comentavam sobre a seleção. “O
vexame da Copa passada deu uma gelada. Mas o brasileiro é emotivo, deixa tudo
para a última hora”, dizia Célio, sobre o ritmo lento no comércio. “Foi um
vexame, mas o brasileiro esquece muito rápido. A derrota para a Alemanha já foi
assimilada. O que está difícil é a situação econômica. Até para a cerveja está
faltando”, completou Ely.
Resultados
A poucos metros de distância,
outra loja abarrotada de artigos verde e amarelo é a de Carlos Silvestre. São
tantos produtos, que nem cabem dentro do estabelecimento e têm que ser expostos
na calçada, em grandes balaios, atraindo a atenção de quem passa.
“Em 2014, o movimento estava
ótimo, até o 7 x 1. Depois acabou. Este ano, investi uns R$ 25 mil em produtos.
Vou ganhar ou perder, de acordo com os resultados do Brasil”, disse ele, que
vende por varejo ou atacado.
Uma das clientes é a comerciante
Bianca de Andrade, que vem de Niterói para comprar os artigos e revender em sua
loja. Ressabiada com os resultados da última Copa, ela estava levando pouca
coisa, entre cornetas e bandeirinhas, só para testar as vendas. “Ainda não
estou levando muita fé”, confessou Bianca.
Outros clientes, porém, como
Alessandra dos Santos, compravam com mais esperança nos resultados do Brasil,
aproveitando os bons preços das lojas da Saara. “Estou comprando 13 camisetas,
para a turma de escola da minha filha”, disse Alessandra, pagando cada peça R$
9,90.
Alessandra dos Santos comprava com mais esperança nos resultados
do Brasil, aproveitando os bons preços das lojas da Saara - Fernando
Frazão/Agência Brasil
Próximo da Saara, um ponto
tradicional de bares e restaurantes, a Rua do Lavradio, já está toda enfeitada,
com as bandeiras das 32 seleções penduradas, de quatro em quatro, conforme os
grupos da competição mundial. A ideia é da decoradora e sócia de um dos
restaurantes, Elma Cola.
“Resolvemos dar uma alegrada na
rua. Pois onde há alegria, dificilmente há violência. Nós somos brasileiros e
vamos festejar a Copa”, disse Elma. Nos dias de jogos do Brasil, haverá telões
na rua, para que os torcedores que não forem dispensados do trabalho possam
sair dos escritórios e acompanhar a seleção, na busca do tão sonhado
hexacampeonato.
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Edição: Aécio
Amado
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