Ações de governo
Governo
quer garantir leilão para evitar liquidação de distribuidoras
Publicado
em 20/07/2018 - 18:12
Por Luciano
Nascimento - Repórter da Agência Brasil Brasília
Após a decisão que autorizou o
leilão de privatização das distribuidoras de energia da Eletrobras, o governo
trabalha com a perspectiva de encerrar o processo até o final de agosto,
para evitar uma eventual liquidação das distribuidoras. De acordo com o
secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, o
esforço é para assegurar “dentro do que for possível” o leilão da privatização
da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), distribuidora de energia da
Eletrobras no Piauí, no dia 26 de julho.
“A gente trabalha com alguns
cenários assim, desesperadores, é claro que a gente tem que pensar, considerar,
mas a gente está trabalhando com um cenário de pacificação, de resolver da
melhor forma possível”, disse Felix.
O governo resolveu adiar para o
dia 30 de agosto o leilão de quatro distribuidoras: Companhia de
Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa
Vista Energia, distribuidora de energia em Roraima e Amazonas Distribuidora de
Energia (Amazonas Energia). A medida foi tomada em razão do calendário do
Senado. Aprovado na Câmara no início de julho, a medida provisória que autoriza
a privatização das distribuidoras ainda aguarda a apreciação dos senadores.
De acordo com o secretário do
MME, a alteração no calendário visa a garantir, o processo de privatização e
garantir uma “solução sustentável”. A Eletrobras convocou para 30 de julho uma
assembleia de acionistas que irá deliberar sobre a prorrogação até o final do
ano do prazo máximo para privatização das distribuidoras. O prazo aprovado
originalmente vence no final de julho. Há ainda a possibilidade de os
acionistas decidirem pela liquidação e dissolução das empresas.
“A liquidação potencial a
partir de agosto está sendo desarmada. As demais a gente tem
expectativa que o Senado aprecie isto ao longo do mês de agosto para
poder ter um leilão bem sucedido”, disse Félix. “No caso da
assembleia, o nosso entendimento é de que os acionistas vão ter os
elementos para tomar a decisão mais adequada”, acrescentou.
Outra distribuidora, a Companhia
Energética de Alagoas (Ceal) teve o leilão suspenso devido a uma decisão
judicial. Uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal (STF), impediu a venda da companhia, após ação movida pelo
governo de Alagoas. “A Ceal tem sido objeto de reunião no Ministério da Fazenda
para ver como se resolve essa questão de uma possível dívida que a União teria
com a empresa com o governo do estado. Todas as frentes estão sendo
trabalhadas”, afirmou Félix.
Félix deu as informações na noite
de ontem (19), após a cerimônia de entrega do Prêmio da Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).
Liquidação
O secretário confirmou ainda que
o MME entrou em contato com a Agência Nacional e Energia Elétrica (Aneel) para
tratar do cenário de liquidação das distribuidoras. “A Aneel tem que estar
preparada para qualquer cenário. Não estamos preparando com esse cenário de
liquidação, mas para leiloar as empresas”, disse.
De acordo com o diretor da
agência reguladora, Tiago Correia, a Aneel tem um plano de contingência caso a
hipótese de venda não corra. Atualmente, a Eletrobras opera em
caráter precário a concessão das distribuidoras. Segundo o diretor, esse
cenário seria uma “catástrofe” e o melhor é realizar o leilão das
distribuidoras.
Para Correia, é preciso resolver
a situação e efetivar um operador permanente para as distribuidoras. “O que
precisa ficar claro é que não tem alternativa a não ser licitar. A alternativa
da liquidação é uma catástrofe, mas, se tiver de ser feita, vai ser feita”,
disse.
Saiba mais
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Edição: Sabrina
Craide
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