Um país em desmonte
Incêndio
no Museu Nacional foi controlado por volta das 3h da manhã
Bombeiros estão no local para o trabalho de
rescaldo
Publicado
em 03/09/2018 - 07:06
Por Renata
Giraldi* - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O incêndio no Museu Nacional do
Rio de Janeiro, situado na Quinta da Boa Vista, na capital fluminense, foi
controlado apenas por volta das 3h da manhã desta segunda-feira (3). Porém, os
bombeiros continuam no local fazendo o trabalho de rescaldo e de combate a
outros focos de fogo. As informações são do Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro.
Até o momento, não há registros
de focos de incêndio na mata que cerca o museu, localizado em um parque
nacional.
Chamas
atingem Museu Nacional no Rio Tânia
Rêgo/Agência Brasil
O Corpo de Bombeiros informou que
a partir das primeiras horas desta manhã homens de 13 quartéis e 24 viaturas
estavam no local. Integrantes da Polícia Federal, Polícia Militar e da Guarda
Municipal, além de profissionais de saúde, também foram chamados para colaborar
com os trabalhos.
Vários diretores, funcionários e
pesquisadores do Museu Nacional passaram a noite no local acompanhando os
trabalhos e tentando colaborar. Havia preocupação com as dificuldades em
controlar as chamas, a ausência de água e o risco de desabamento.
Oficialmente, o Corpo de
Bombeiros informou que não há ainda dados sobre as causas do incêndio. Ontem
(2), funcionários do museu relataram problemas na obtenção de água, pois dois
hidrantes não funcionaram no momento em que os bombeiros estavam no local.
Como o museu está em uma colina,
no parque nacional, há uma série de limitações para o fornecimento de água. Os
bombeiros confirmaram que o abastecimento de água foi feito por carros-pipa,
cedidos pela companhia de água e esgoto do Rio de Janeiro.
Acervo
O Museu Nacional do Rio reunia um
acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de
geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a
maior coleção de múmias egípcias das Américas.
No local, também estava Luzia, o
mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas, que remete a 12 mil anos, e
representa uma jovem de 20 a 24 anos. No museu, havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus
topai, maior dinossauro encontrado no Brasil.
O museu é a mais antiga
instituição histórica do país, pois foi fundado por dom João VI em 1818. É
vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico
e científico. Tem nota elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças
raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.
História
O local foi sede da primeira
Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao
uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O Museu Nacional do Rio oferece
cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta
semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês,
estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.
Saiba mais
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Edição: Graça
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