Óleo e areia
Mais 4
navios gregos estão entre os investigados por vazamento de óleo
PF e Marinha tentam identificar responsáveis por
derrame no litoral
Publicado
em 06/11/2019 - 14:23
Por Alex
Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília
Mais quatro navios de bandeira
grega, além do Bouboulina, da empresa Delta Tankers, são alvo da investigação
que a Marinha do Brasil e a Polícia Federal (PF) realizam para tentar
identificar os responsáveis pelo derrame de óleo cru que, desde o fim de
agosto, atingiu o litoral dos nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
Oficialmente, a Marinha não
revela os nomes das cinco embarcações a respeito das quais pediu informações às
autoridades marítimas da Grécia, mas, em nota, a Delta Tankers, responsável
pelo Boubolina, revelou tratar-se dos navios-tanques Maran Apollo e Maran Libra
(da Maran Tankers), Minerva Alexandra (Minerva Marine) e do Cap Pembroke
(Euronav), além do Bouboulina.
Na mesma nota, a Delta Tankers
informa que recebeu a notificação da Marinha brasileira somente nesta
terça-feira (5). A empresa diz ainda que, no documento entregue pelo Ministério
de Assuntos Marítimos da Grécia, os cinco navios gregos são tratados como
suspeitos de derramamento do óleo que polui praias, mangues e a foz, ou
desembocaduras, de rios na costa do Nordeste.
A Delta Tankers nega ter qualquer
relação com o óleo encontrado no litoral nordestino e garante que pode
comprovar a regularidade de suas operações. A empresa grega afirma que
inspecionou os registros gravados por câmeras e sensores existentes no interior
do Boubolina e não encontrou nenhum indício de que parte do produto que estava
sendo transportado vazou.
“Este material será compartilhado
de bom grado com as autoridades brasileiras, caso entrem em contato com a
empresa nesta investigação. Até agora, esse contato não foi feito”, afirmou a
empresa no comunicado divulgado ontem.
Trinta Suspeitos
A Marinha informou à Agência
Brasil que o pedido para notificação dos cinco navios de bandeira grega foi
apresentado às autoridades da Grécia no dia 12 de outubro. Segundo a Marinha,
as investigações, feitas em conjunto com a Polícia Federal, com o apoio de
instituições nacionais e estrangeiras, identificou 30 navios-tanque de várias
nacionalidades que navegaram próximo à costa brasileira, na região de onde o
óleo pode ter se espalhado. Segundo o Centro de Hidrografia da Marinha, esse
ponto inicial fica cerca de 733 quilômetros a leste do estado da Paraíba.
Dos 30 navios-tanques sob
investigação, o Bouboulina é apontado como o principal suspeito pelo provável derramamento de
óleo. Os investigadores afirmam que, após carregar petróleo bruto na Venezuela,
a embarcação grega contornou a costa nordestina brasileira e seguiu viagem rumo
a Cingapura e à Malásia, onde teria transferido parte do material para outro
navio.
A Delta Tankers confirma que o
Bouboulina partiu da Venezuela em 19 de julho, carregado com petróleo, para
Melaka, na Malásia, onde descarregou toda a carga embarcada em território
venezuelano, “sem qualquer falta”.
Ainda de acordo com a Marinha, os
investigadores também avaliaram a hipótese de o óleo ter vazado de um “navio
pirata” ou dark ship (embarcação que navega com sistemas de localização
desligados), mas imagens de satélite não revelam qualquer movimentação neste
sentido.
Edição: Nádia
Franco
Comentários
Postar um comentário