Dívida da América Latina
Coronavírus: Lideranças pedem perdão da
dívida da América Latina com o FMI e o Banco Mundial
Entre os
signatários estão a ex-presidenta Dilma Rousseff e os ex-presidentes Rafael
Correa, Fernando Lugo, Ernesto Samper e José Luis Zapatero
Reprodução
Ex-presidentes e lideranças políticas da América Latina lançaram um
documento na última sexta-feira (20) reivindicando o abono da dívida dos países
da região com organismos de crédito internacionais em razão do surto do novo
coronavírus. Nesta terça-feira (24), o texto ganhou o reforço de um
abaixo-assinado apoiado por movimentos, ativistas, acadêmicos e jornalistas.
“O pagamento de juros onerosos dessas dívidas ao longo de décadas
tornou-se um obstáculo para consolidar as finanças públicas em nossos países,
resolver problemas sociais típicos do modelo econômico neoliberal e fortalecer
serviços públicos que garantam a equidade social, desenvolvimento sustentável e
democracia social e política”, diz trecho do abaixo-assinado.
O texto foi lançado em apoio ao documento “A hora do perdão da dívida para a América Latina“,
promovido pelo Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica, (CELAG) com
a assinatura de diversos ex-presidentes e figuras proeminentes nos países da
região.
A ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-chanceler Celso Amorim estão entre
os defensores do documento da CELAG que diz que “ninguém pode duvidar que este
seja um momento oportuno para fazê-lo [o abono da dívida], se quiserem
enfrentar com êxito essa situação difícil”. “Não podemos exigir que os países
adotem políticas de saúde pública eficazes para lidar com a atual pandemia e,
ao mesmo tempo, esperem que continuem cumprindo suas obrigações de dívida”, aponta
o texto.
Além dos dois brasileiros, os ex-presidentes Rafael Correa, do Equador,
Fernando Lugo, do Paraguai, Ernesto Samper, da Colômbia, e José Luis Zapatero,
da Espanha, assinam o texto. O ex-vice-presidente da Bolívia Álvaro García
Linera e o ex-candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro também aparecem
na lista.
O documento é destinado a órgãos como o Fundo Monerário Internacional
(FMI), o Banco Mundial (BC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e
o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
O abaixo-assinado
lançado nesta terça é defendido por figuras como o vencedor do Prêmio Nobel da
Paz Adolfo Pérez Esquivel e o cientista político Atílio Bóron. Escritores,
jornalistas, movimentos sociais e partidos políticos também apoiam o texto.
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