Pandemia altera os hábitos de compra dos luandenses


Pandemia altera os hábitos de compra dos luandenses 

                                                                                                                                                     

Pelo menos 94 por cento da população de Luanda alterou de “de forma bastante significativa” os hábitos de compra, desde que foi decretado, em Março, o estado de emergência, revela uma sondagem de opinião feita pela Marktest Angola, empresa especializada em estudos de mercado.

A nível económico e mais especificamente na compra de produtos para o lar, verifica-se que 62 por cento dos luandenses passaram a comprar menos quantidades mas, paradoxalmente, a gastar mais dinheiro, indica a sondagem. Convidados a explicar o paradoxo, parte substancial dos entrevistados afirmou que tal se deve à subida de preços, que fez com que alguns deixassem de comprar a grosso ou outros passassem a fazê-lo em sociedade com vizinhos.

Sobre o estado de espírito dos luandenses face à pandemia Covid-19, a pesquisa concluiu ter havido avanços negativos, comparativamente aos primeiros dias de Abril. O sentimento de intranquilidade, na última semana de Abril, subiu para 55 por cento contra os 41 verificados nos primeiros dias do mês, o de descontracção disparou de 7,0 para 13 por cento. A boa notícia é que o sentimento de insegurança diminuiu de 30 para 23 por cento, o de saturação de 30 para 14 por cento e o de irritabilidade de 18 para 10 por cento.

Entre os principais receios manifestados, 43 por cento dos luandenses apontou o risco de ser contaminado, 15 por cento o de escassez de alimentos. O risco do Sistema Nacional de Saúde não corresponder à pandemia mantém-se como o terceiro maior receio, ainda que significativamente mais reduzido, que no início de Abril, tendo recuado de 19 para 10 por cento verificado nos primeiros dias de Abril.

Em quarto aparece o grupo de pessoas que teme ficar desempregado, em quinto o de indivíduos que temem uma situação de falência nacional e em sexto surgem os que admitem não sobreviver ao vírus.

Em menor escala e por ordem de importância surgem os que temem ficar fechados em casa por tempo indeterminado, os que admitem a hipótese de falência económica mundial e, por fim, os que dizem não temer nada.

Numa outra sondagem de opinião da Marktest Angola, divulgada a 17 de Abril, 85 por cento dos luandenses avalia positivamente as comunicações diárias que as autoridades fazem sobre a pandemia, com 60,9 por cento a considerar “muito importante” os balanços que são apresentados e 28,3 por cento “importante”. Naquela sondagem, 74, 6 por cento dos entrevistados revelou que a crise provocada pelo novo coronavírus afectou-os financeiramente.

05-05-2020 | Fonte: jornal de Angola

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